sexta-feira, 28 de março de 2008

Se...

... tivesse de ser uma hora do dia seria concerteza as 6h da tarde de uma 6ª feira.

terça-feira, 25 de março de 2008

Exteriorizações

Ao fim de alguns dias repletos de entusiasmo, fui novamente visitada pela melancolia. Bastou um momento. Irrita-me a instabilidade do meu humor que apenas com uma pequena subtileza abre a porta a sentimentos destruturantes. Fere-me que a minha força se desvaneça, como um castelo de areia, à menor das contrariedades. Custa-me admitir que cheguei a uma bipolaridade de sentimentos que temem em jamais me abandonar.

Não posso, nem quero, estar à mercê de subtilezas que para mim se tornam tão cruéis. Recuso-me a ser povoada por emoções negativas que me enfraquecem e não me deixam aproveitar o que há de bom na vida. Onde anda o meu cérebro racional que foi tiranizado pelo emotivo? Onde anda a minha clarividência que me deixou às escuras sem conseguir ver que a vida não tem de ser vivida conforme os nossos planos porque existem as boas alternativas?

Este desabafo não é uma manifestação de tristeza, pelo contrário, é uma evidência de que acredito na alegria mas que gostaria muito mais de a viver sem estas fragilidades.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Porque gosto quando ela se aproxima


É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!

Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!

Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...

Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal! Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!...

Florbela Espanca

segunda-feira, 17 de março de 2008

Às vezes penso...

… e se para viver bastasse escolher? E se não existissem acasos, acontecimentos fortuitos e tudo fosse apenas fruto de tomadas de decisão?
Nesta conjuntura, alguém escolheria ser diferente, ou assistiríamos a uma clonização da sociedade? Escolheria alguém caminhar sobre a areia quando poderia seguir um caminho de asfalto?
Talvez seja por isso que nem sempre as escolhas possam ser exercidas na sua forma mais directa, talvez porque para que uns possam caminhar por um asfalto desimpedido e sem atropelos, outros terão de caminhar pela areia.
Resta a quem sente a terra nos pés três soluções: ou esperar que o caminho de asfalto venha ao seu encontro, fazendo contas com o acaso, ou aprender a caminhar sobre a areia mantendo a esperança ou transformar o percurso de areia em asfalto para que também os outros possam caminhar.

Às vezes penso e concluo, que apesar de nem sempre poder ir pelo caminho que desejo, posso sempre escolher a forma como percorro o outro.