domingo, 30 de julho de 2006

Aromanostalgia

Assolada por mais um momento introspectivo, hoje dei por mim a pensar se seria uma pessoa saudosista (esclareço, desde já, que para efeitos deste post, falarei de saudosimo como uma saudade de acontecimentos passados, não de pessoas).

É que apesar das lembranças de acontecimentos passados serem temas frequentes de animadas e prazeirosas conversas entre amigos, sou daquelas pessoas que, tendencialmente, não gostaria de os reviver pois considero que o momento actual é sempre o melhor momento. Ou seja, gosto de recordar o passado mas faço-o sem mágoa, mas antes com a perspectiva de que esses momentos passados foram a contribuição fundamental para o meu património íntimo pessoal e para a minha individualidade.

No entanto,há acontecimentos que, inevitavelmente, recordo com saudade, não propriamente pelo desejo de os reviver, mas pelos bons afectos que me transmitem, pelas boas lembranças que me proporcionam: quando brincava na rua às escondidas com mais uma dezena de vizinhos, quando a turma da Mónica e do Cebolinha eram os meus heróis, quando feriado significava não ter uma aula, quando acampar ainda me despertava alegria, quando as melhores noites eram as passadas na casa das amigas, quando folículos, nidação e afins eram apenas conceitos das aulas de biologia, quando as revistas Bravo (em alemão) enchiam as minhas gavetas.

Chego assim à conclusão que as saudades não vêm do acontecimento em si mas dos sentimentos que estes nos proporcionavam! Por isso não adianta repetir os acontecimentos passados (eu podia comprar todos os almanaques da Mónica e do Cebolinha que concerteza não iria achar a mesma piada), trata-se antes de procurar outros acontecimentos que nos transmitam sentimentos idênticos. E aí reside a criatividade da vida! A saudade deverá existir em cada um de nós não como uma mágoa, mas como a forma de não nos fazer esquecer que a vida pode ser bela!

terça-feira, 25 de julho de 2006

Aroma a praia

Gosto tanto de praia! E de tudo que com ela se relaciona: o aroma a mar, a areia sob os pés, o barulho das ondas, o Sol a tocar na pele, o gosto a sal, os srs. dos gelados e das bolas de Berlim, o gargalhar das crianças.

Só tenho pena que não consiga usufruir dela com o verdadeiro deleite que ela me merece. Isto porque ir à praia aos fins de semana durante os meses de Julho e Agosto pode transformar qualquer sonho em pesadelo. No entanto, para que este prazer se mantenha imperturbado, opto por escolher aquelas que sei que me permitirão usufruir das suas qualidades sem olhar aos seus defeitos.
E sabe tão bem!

terça-feira, 18 de julho de 2006

Que seja o 44

É tudo tão volátil que ainda ontem me defrontava com um sol abrasador culpado por um calor insuportável capaz de fazer dilatar tanto as minhas veias como a minha má disposição, e hoje contemplo pela minha janela umas nuvens cinzentas de meter medo, um vento que se faz bem ouvir e uma sensação iminente de tempestade.

Vamos ver se amanhã o meio termo impera porque em questões metereológicas, e principalmente quando estou a trabalhar não gosto nem do 8 nem do 80 e simpatizo fortemente com o 44.

A única vantagem de dias quentes alternados com dias de chuva é mesmo o aroma inconfundível e insubstituível da terra molhada.

Mais um aroma de amora!

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Grito



Hoje, ainda que por momentos, senti-me assim. Um grito interior a sufocar-me a alma mas que não teve qualquer projecção nas cordas vocais. Ninguém deu por ele.
Estou farta das injustiças, dos pensamentos viciados, do querer e não poder, do andar e não avançar um passo, das incertezas, das esperas, das angústias, do chorrilho de emoções, da intranquilidade, da sofreguidão por querer saber mais, sempre mais.

O grito terá de sair!

terça-feira, 11 de julho de 2006

Au Revoir

Este fim de semana foi profícuo em aromas ou não tivesse eu ido à cidade dos perfumes.

Gosto essencialmente da grandiosidade dos seus monumentos, da história que se respira, do romantismo que as luzes conferem à noite, dos jardins que apadrinham a troca de beijos, da serenidade do seu rio constrastada pela movimentação das suas ruas.
Não gosto da onerosidade das coisas, da arrogância, do mau serviço, da sujidade das ruas, da sua fama exagerada.

Foi um fim de semana bonito, palco de um aniversário que não irei esquecer, com a minha melhor companhia. Uma prenda inesquecível!

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Retorno da ideia

Não sei se inspirada pela mudança de faixa etária mas decidi a partir de agora dar vida à minha ideia original: fazer deste espaço a minha aromaterapia, elegendo os aromas como a metáfora ideal para traduzir as pequenas coisas da vida.