quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Estranha

De facto 2008 não tem abonado em generosidade. Ofereceu-me sensações e emoções nunca antes vividas e que honestamente desejaria não as ter sentido. Não obstante ser fã da frase que é para mim lema “aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes”, a verdade é que preferia envergar menos força e ter um pouquinho mais de dias de uma alegria repleta.

Os acontecimentos deste ano tornaram-me “estranha”. Não consigo definir este meu estado de espírito senão me socorrendo desde adjectivo de significado ambíguo, mas a verdade é que a estranheza entranhou em mim.

Sinto-me estranha quando adormeço, sinto-me estranha quando acordo durante a noite em conversas insistentes com a insónia, sinto-me estranha até nos momentos de maior calma e apaziguamento.

Afastei-me de sonhos antigos para abraçar uma vivência do dia a dia, sem planos e onde os projectos descansam sem saber se retornarão. Sinto-me estranha quando não me identifico com muitas das coisas que movem os outros. Sinto-me estranha quando os meus temores me assaltam para furtar muita da alegria que (ainda) teima em querer reinar.

Quero ser eu de novo ou então esperar que a estranheza seja sinónimo de uma habituação a um novo estado onde ainda não me reconheço mas que em breve me trará serenidade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ao som dos Nouvelle Vague

A música continua a liderar o meu tema de (poucas, é certo) conversas. O post anterior tem permanecido por demasiado tempo não por amar incondicionalmente a música do Paião, mas porque os papéis, afazeres domésticos, reuniões, análises de documentos, e outras tantas actividades, adormecem-me o cérebro no meu tempo extra e dificultam-me a vinda aqui. Ando sem tempo e sem cabeça para teclar por aqui.

Mas como a música tem um papel fundamental na minha vida, não podia deixar de referir o bom momento musical que estes senhores me proporcionaram. O Campo Pequeno foi o palco de um concerto fantástico, completamente despretensioso a valer pela entrega dos músicos, pelas irrepreensíveis vozes, pela sensualidade em palco e pelo ecletismo que alcançam, até na sua vertente mais estética.
Gostei, gosto sempre quando vejo que quem toca tem tanta vontade de permanecer em palco quanto os que os escutam.