A menos de um mês desta data carismática, não podia deixar de fazer um post sobre ela. Este será o primeiro deles e assentará numa visão um pouco crítica desta época.
Não pensem que sou daquelas aversas ao Natal mas confesso que a ápoca natalícia já não tem, sobre mim, o mesmo efeito reconfortante de outrora. Talvez o ditado de que "o Natal é para as crianças" se aplique a mim na perfeição pois a minha condição de adulta faz-me achar que esta é uma época adulterada nos seus princípios. Hoje, assiste-se, e utilizarei uma metáfora dos tempos actuais, à OPA da economia sobre a religiosidade, à permuta da afectividade pelo consumismo, à substituição integral da figura do menino Jesus, a génese do Natal, pelo figura comercial do Pai Natal, e criação da Coca Cola.
Contra mim falo nestas considerações, pois também eu me rendi à massificação do consumo e aos símbolos profanos do Natal, mas não sem sentir alguma tristeza no facto da sua essência estar a ser perdida. Não sendo uma pessoa propriamente religiosa considero que o Natal deveria ser uma época simbólica e o expoente máximo de uma forma de estar na vida, baseada na afectividade e no respeito pelo próximo. Hoje o Natal é excessivamente comercial, assente em demasia nas ofertas e na azáfama das compras. A alegria que desperta está demasiado concentrada no momento fugaz da abertura dos presentes.
Até a preparação da ceia de Natal caiu num minimalismo próprio dos dias de hoje, em que a correria das compras nos deixa pouco tempo para o resto. É que até as filhozes e as azevias que, noutros tempos eu fazia com a minha avó (e que saudades tenho tuas minha avozinha!), e que faziam dos preparativos da ceia de Natal, um espaço único de convívio familiar, são hoje comodamente encomendadas no café perto de casa.