terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Mas porque é que esta vontade enorme de oferecer presentes, de estar com os outros, de mandar postais, de marcar almoços e jantares, de enfeitar as casas, de preparar uma refeição mais aprumada, de mandar SMS com votos de felicidade, de comprar bolo Rei e azevias, de vestir roupa nova, de reunir a família, só acontece nesta altura do ano?

Porque é que este espírito, se é sincero, não se há-de diluir por todo o ano, perpetuando a magia que nele existe?

Acho que o gosto pelo bonito, pela amizade, pelo amor, pelo companheirismo, pelo agradar os outros e ser agradado não se deveria guardar numa caixa que unicamente é destapada quando chega a Dezembro, permanecendo hermeticamente fechada no resto do ano.

Gostava que o Natal fosse o reflexo de uma forma de vida e que essa forma de vida fosse um reflexo de uma motivação intrínseca e não meramente comercial.

Por isso os meus votos de Natal são para que deixem a caixa destapada e que façam dos bons afectos do Natal os afectos de toda uma vida.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Tarde de Outono

Uma reunião terminada antecipadamente, levou-me ontem a terminar a tarde nas ruas do Chiado. É um pedaço de Lisboa que adoro, que me proporciona bons afectos, que alia o aconchego da cidade onde me sinto bem com a atmosfera de outras pátrias.

Num país onde se vem desvanecendo a tradição de fazer compras no comércio de rua e de deambular pelos centros históricos das cidades, ver a azáfama e o corrupio das gentes que por aqui passa, faz-nos acreditar que afinal o gosto por passear sem tecto, não está inteiramente perdido.

Começo pelo Largo Camões, percorro algumas ruas do bairro alto satisfazendo o meu lado alternativo e depois vou descendo a rua Garrett, fazendo incursões pelas suas transversais ao mesmo tempo que respiro o aroma a castanhas assadas e a conversas alheias.

Os sacos vão-se acumulando nos meus braços e o frio que se começa a fazer sentir torna-se um bálsamo face ao calor das lojas. Demoro-me e prolongo a minha estadia pelos locais em que me sinto bem, sem pressas e sem ambição de me evadir daquele local, porque não é sempre que se vem ao Chiado num final de tarde de Outono.

Termino a minha viagem seguindo o aroma do melhor café do mundo e dele trago o suficiente para satisfazer o meu desejo. Faço o caminho inverso levando a magia como companhia.

Regresso a casa algo cansada mas leve na minha alma.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Cada um que passa em nossa vida,Passa sozinho ...
Porque cada pessoa é única pra nós,
E nenhuma substitui a outra...
Cada um que passa em nossa vida, Passa sozinho,
Mas não vai só...
Cada um que passa em nossa vida,
Leva um pouco de nós mesmos,
E nos deixa um pouco de si mesmo...
Há os que levam muito,
Mas não há os que não levam nada...
Há os que deixam muito,
Mas não há os que não deixam nada...
Esta é a mais bela realidade da vida.
A prova tremenda da importância de cada um,
É que ninguém se aproxima do outro por acaso....

Antoine de Saint-Exupéry