Mas porque é que esta vontade enorme de oferecer presentes, de estar com os outros, de mandar postais, de marcar almoços e jantares, de enfeitar as casas, de preparar uma refeição mais aprumada, de mandar SMS com votos de felicidade, de comprar bolo Rei e azevias, de vestir roupa nova, de reunir a família, só acontece nesta altura do ano?
Porque é que este espírito, se é sincero, não se há-de diluir por todo o ano, perpetuando a magia que nele existe?
Acho que o gosto pelo bonito, pela amizade, pelo amor, pelo companheirismo, pelo agradar os outros e ser agradado não se deveria guardar numa caixa que unicamente é destapada quando chega a Dezembro, permanecendo hermeticamente fechada no resto do ano.
Gostava que o Natal fosse o reflexo de uma forma de vida e que essa forma de vida fosse um reflexo de uma motivação intrínseca e não meramente comercial.
Por isso os meus votos de Natal são para que deixem a caixa destapada e que façam dos bons afectos do Natal os afectos de toda uma vida.