Com o início de Dezembro foi inaugurada a minha época oficial do Natal. Agora sim, começo a estar mentalizada para a época natalícia, para as compras que terei de fazer, para os postais a mandar, para os locais onde passarei a consoada e o dia de Natal e toda uma série de condições logísticas que têm de ser previamente preparadas. Decidi fazer um esforço para que a magia do Natal dos outros tempos ainda exerça alguma da sua influência na minha vida.
Pois bem, comecei pelas compras. Com uma lista de presentes a aumentar de ano para ano, é cada vez mais difícil e mais moroso o processo de encontrar o presente ideal para cada pessoa. Embora pertencente ao género feminino onde, como se sabe, ou pelo menos se tem uma forte fama, existe uma predisposição genética para as compras, comprar umas dezenas de prendas não se afigura tarefa fácil. Mas, munida do meu mais forte entusiasmo, parti nessa aventura, isto no dia inaugural do mês de Dezembro, dia esse em que, claro está, toda a gente se lembrou de fazer o mesmo. Tudo bem, não pontuei pela originalidade do dia que escolhi mas ao menos que ganhasse o troféu pela originalidade das compras. Neste pressuposto, e para que a oferta fosse o mais diversificada possível fui para o maior centro comercial da capital.
Devo dizer-vos que até correu muito bem! Num único dia comprei metade da minha lista de prendas. Atingi um nível de sucesso de 50% na primeira tentativa! IUPI!!!
Comecei calmamente, entrei em dezenas de lojas, revirei tudo, mexi em tudo, vi tudo a que tinha direito. Os sacos foram aumentando. Na altura de vir embora os meus braços já não eram braços mas sim cabides com lotação esgotada. Qualquer actividade tornou-se, então, impossível de ser realizada, ir à casa de banho, encontrar o cartão do estacionamento, tirar as moedas da carteira para pagar o dito, para não falar do encontrar a chave do carro na mala, que de tão clássica que é nem vale a pena aprofundar, mesmo tendo neste dia alcançado o nível do absurdo.