Ao tentar escrever o meu primeiro post de 2008 veio-me à memória uma pergunta de um teste da escola primária em que a professora nos pedia para colocarmos em numeração romana o número de anos que faltava para o ano 2000, a minha resposta foi XVII.
Estávamos portanto em 1983 e o ano 2000 afigurava-se tão distante que dificilmente me conseguia imaginar a mim e ao mundo por essa altura (ainda que por essa época fosse fortemente influenciada pelo “Espaço de 1999” e achasse que o estilo de vida na mudança de milénio passaria por vivermos em naves e vestirmos fatos colados ao corpo).
Hoje, já passaram mais 8 anos para além do ano 2000, já abandonei há uns anos os bancos da escola, projecto a minha escrita não em cadernos mas num blog, sinal da evolução tecnológica, e os números romanos já não constituem novidade para mim.
É incrível como a noção do tempo é tão paradoxal que a sua objectividade não impede que a sua percepção seja subjectiva. Tem 25 anos este acontecimento que me parece que foi ontem. Têm meses alguns acontecimentos que me parecem ter sido noutra vida. O tempo é assim mesmo, veloz a uma velocidade constante, volátil na sua estabilidade.
E chegado o ano 2008, reinicia-se um novo ciclo mas não se reiniciam desejos nem sonhos. Os meus aromas preferidos permanecem os mesmos mas espero conseguir reinventar novas formas de os descobrir, fazendo do nosso encontro um momento tão bom que mesmo no passado resista à erosão do tempo.