DESEJOS VÃOS
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!...
Florbela Espanca
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Etiquetas:
Há sempre lugar para a poesia
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4 comentários:
Triste, mas muito bonito, aliás como a maior parte das coisas dela.
Beijinhos
Guardo a poesia dela num cantinho do meu coração. Espero que este poema não reflita alguma tristeza tua...
À medida que te ia lendo, lembrava-me deste outro verso dela, cujas palavras aqui te deixo:
"Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E que também é nobreza não ser nada!"
Um grande beijinho e que nunca percas a poesia da tua vida.
Poesia é sempre bem-vinda :)
Beijocas
Lindo!
Um beijão GIGANTE!
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