terça-feira, 5 de junho de 2007

Falar de felicidade

Não é nada fácil falar de felicidade. Para mim que não sou uma estudiosa do assunto, não tenho a eloquência do poeta, nem possuo a mente do filósofo, resta-me apenas a tentativa de projectar aqui palavras escritas oriundas do meu mais puro senso comum.

Creio que é mais fácil ser-se feliz quando se tem as necessidades e os desejos concretizados, quando se obtém aquilo que se quer ou quando se retira prazer de uma qualquer acção que se faz. Mas, para mim, este não é o verdadeiro desafio da felicidade. Esta é a felicidade garantida mas também com efemeridade assegurada. É sabido que o ser humano é insatisfeito por natureza e que após a satisfação de uma necessidade básica se direcciona para a satisfação de uma necessidade de nível superior e assim prossegue numa busca sem fim. Se a felicidade dependesse exclusivamente da satisfação de necessidades não poderiam existir pessoas satisfeitas que não fossem felizes nem pessoas felizes que não estivessem satisfeitas. A verdade é que a felicidade é mais exigente do que isso, para singrar faz-se valer da nossa actuação perante a vida.

Por isso, e excluindo obviamente a presença de acontecimentos tão trágicos em que seria, de todo impossível ficar-se feliz, a não ser que estivéssemos perante um caso de frieza patológica de sentimentos, possuo algumas crenças relativas à felicidade. Eu acredito que a felicidade não depende do acontecimento em si mas da atitude pessoal perante o acontecimento, eu acredito que a felicidade pode ser trabalhada e decidida, eu acredito que posso escolher ser feliz e acredito que é possível ser-se feliz na contrariedade, na frustração e na dificuldade.

Eu acredito que na felicidade podem haver momentos de tristeza, numa coexistência pacífica, desde que moderados por alguém disposto a ser feliz.

Mas também acredito que a predisposição para a felicidade tem de ser alimentada, pois não sobrevive à escassez daquele que é o alimento universal. Falo do amor, do amor em todas as suas formas, do amor dirigido aos outros e a si mesmo.

E por aqui me permito terminar esta prosa, defendendo com a eloquência que a minha escrita me permite:
não há felicidade sem amor nem podemos deixar que onde exista amor não haja lugar para a felicidade.

15 comentários:

Inca disse...

sim, concordo contigo, sem duvida a felicidade depende da atitude perante a adversidade, e sem duvida sem amor é difícil existir felicidade. No entanto penso que é um pouco mais ainda, não será tanto "ser feliz" mas mais "estar feliz", talvez a felicidade seja a soma de vários momentos de felicidade, que vão ocupando as nossas memórias, não penso que exista a possibilidade de ser feliz no futuro, a felicidade é feita de momentos presentes ou então de memórias agradáveis. Confuso? Talvez! Lol. confesso que apesar de ter pensado no teu desafio, não consegui chegar a nenhuma conclusão. beijinhos e desculpa a extensão do comentário.

Mary disse...

Acho que conseguiste explicar o que é a felicidade de uma forma muito bonita e como sempre muito bem escrita e bem explícita...
Bjs

Unknown disse...

Oi querida

Tens um dom lindo de conseguir transparecer tudo na escrita..
Acheio maravilhoso este post.
Um grande beijo cheio de carinho e amizade
yami

Clara disse...

Clap, clap, clap!

(gosto mto de te ler!)

Anna72 disse...

Tu, que dizes que não tens a eloquência do poeta nem a mente do filósofo, conseguiste transmitir de forma extraordinária a tua visão sobre este assunto.

E eu não podia estar mais de acordo!

Beijocas

cris disse...

Pois bem, é isso mesmo que eu penso, mas, muito melhor escrito por ti!!!! Parabens mais uma vez por um excelente texto.
Beijocas

Maganita disse...

Permite-me que discorde um pouco: tens a eloquência do poeta e a mente de um filosofo e à qual acresce uma bonita forma de ver o mundo.
Escreves muitíssimo bem e é sempre com muito prazer que te leio. E não poderia concordar mais contigo quanto à definição de felicidade.

Beijinhos felizes!!

Xana disse...

e dizes tu que não tens a eloquência do poeta, nem a mente do filósofo... a tua visão da felicidade é linda, simples... concordo com a maioria do que dizes, concordo que a decisão de ser feliz depende só de nós!!
beijocas
tica

Bem Me Queres disse...

Revejo-me em cada palavra.
Sou feliz, ainda que que tenha perdido os meus meninos, ainda que não tenha concretizado o sonho de ser mãe, ainda que tenha dias menos bons.
O amor dos que me rodeiam tem sido o motor dessa felicidade. Tenho a obrigação de lhes retribuir, olhando para a vida com um sorriso, com esperança, com gratidão por tudo quanto me proporcionam...
Obg por tb me proporcionares essa felicidade.
Um beijinho mt, mt doce

CARLUXA disse...

Palavras sábias querida...
Beijocas

Alexandra disse...

beijocas....anda escreve

Dina disse...

Procuro a felicidade, mas cada vez mais a procuro dentro de mim, e deixei de fazê-la depender de outras situações. Por isso revejo-me por inteiro no teu post.
Quanto mais determinada sou em ser feliz mais o serei, mesmo com os ombros carregados de frustrações e aborrecimentos, levanto a cabeça todos os dias e vou a luta por mim e por aqueles que vale a pena.
Tua escrita é fantastica e adoro passar por aqui.

Anónimo disse...

Também cocncordo contigo, minha querida, a felicidade depende de nós e não das contrariedades da vida. Se não somos todos infelizes, pois essas contrariedades todos nós temos.
Um grande bj
Susana

Anónimo disse...

Também acho que todos os dias temos que lutar para ser felizes, a felicidade não depende da concretização de um objectivo no momento em que achamos que ele tem que ser concretizado.
Acho que a Felicidade depende de muitas outras variantes, entre elas ter uma família que nos ama muito.
Bjs

Alexandra disse...

Podes voltar se faz favor...temos saudades