As despedidas fazem parte da vida e mesmo quando aparentam ser um adeus de menor importância, eis que nos apercebemos que qualquer despedida tem o seu quê de melancolia e de pesar.
Em breve ter-me-ei de despedir da casa dos meus avós. Não posso dizer que esta casa me fosse especialmente querida ou que ocupasse demasiado o meu imaginário infantil, mas ao decidir pela sua venda dei por mim a aperceber-me que aquele espaço encerra tantos acontecimentos em mim adormecidos. Foi ali naquele quintal que aprendi a andar de bicicleta, que enchi os meus joelhos de marcas físicas que nem magoavam perante o orgulho de conseguir pedalar sem ajuda. Foi ali que tirei as primeiras fotos com o meu primeiro fato de Carnaval, tão pequena era que apenas a fotografia me evidencia que aquele fato realmente existiu.
Foi ali que afaguei pela primeira vez um coelho recém-nascido que cresceu ao ritmo de todo o amor que hoje nutro por animais. Foi ali que me especializei a apanhar borboletas, desenvolvendo técnicas de hipnotismo junto destes insectos que me impressionavam pela sua capacidade de metamorfose. Foi ali que perdi o medo das lagartixas e que hoje me faz fazer figura de valente perante tantos outros que se arrepiam só de vislumbrar este “simpático” bichinho.
Foi ali que colhi rosas e apreciei vezes sem conta o abrir pontual das flores “do meio-dia”. Foi ali que tentei pela primeira vez lavrar a terra, plantando batatas, semeando couves e que me apercebi da dureza da vida do campo e que enxadas e ancinhos dificilmente fariam parte do meu dia a dia. Foi ali que ajudei a fazer queijos, que depenei galinhas e comi morangos silvestres.
Foi ali, quase sem dar por isso, quase que sem isso se tivesse retido nas minhas privilegiadas lembranças, que fiz tanta coisa pela primeira e única vez na vida e quase que me esquecia de não as esquecer.
Em breve ter-me-ei de despedir da casa dos meus avós. Não posso dizer que esta casa me fosse especialmente querida ou que ocupasse demasiado o meu imaginário infantil, mas ao decidir pela sua venda dei por mim a aperceber-me que aquele espaço encerra tantos acontecimentos em mim adormecidos. Foi ali naquele quintal que aprendi a andar de bicicleta, que enchi os meus joelhos de marcas físicas que nem magoavam perante o orgulho de conseguir pedalar sem ajuda. Foi ali que tirei as primeiras fotos com o meu primeiro fato de Carnaval, tão pequena era que apenas a fotografia me evidencia que aquele fato realmente existiu.
Foi ali que afaguei pela primeira vez um coelho recém-nascido que cresceu ao ritmo de todo o amor que hoje nutro por animais. Foi ali que me especializei a apanhar borboletas, desenvolvendo técnicas de hipnotismo junto destes insectos que me impressionavam pela sua capacidade de metamorfose. Foi ali que perdi o medo das lagartixas e que hoje me faz fazer figura de valente perante tantos outros que se arrepiam só de vislumbrar este “simpático” bichinho.
Foi ali que colhi rosas e apreciei vezes sem conta o abrir pontual das flores “do meio-dia”. Foi ali que tentei pela primeira vez lavrar a terra, plantando batatas, semeando couves e que me apercebi da dureza da vida do campo e que enxadas e ancinhos dificilmente fariam parte do meu dia a dia. Foi ali que ajudei a fazer queijos, que depenei galinhas e comi morangos silvestres.
Foi ali, quase sem dar por isso, quase que sem isso se tivesse retido nas minhas privilegiadas lembranças, que fiz tanta coisa pela primeira e única vez na vida e quase que me esquecia de não as esquecer.
3 comentários:
dizer adeus custa sempre! algo muda para sempre.bjs
Nem imaginas como me revejo neste texto.
Por momentos senti essa nostalgia.
Embora eu ainda tenha a casa de campo dos meus pais e os meus pais vivos sei que isso não durar´+a para sempre ... e inevitavelmente haverá coisas que se irão perder, mas nunca esquecer.
Custa muito deixar aquilo que consideramos os nossos pilares mas esses pilares vão muito para além da física dos objectos ou das pessoas. É por isso que mesmo depois de nos deixarem ficarão para sempre no nosso coração.
A BIG KISS!!!!
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