Há locais que me emocionam. Podem ser concorridos, apinhados, agitados, e são-nos para muitos puramente impessoais, mas eu descubro neles muito mais do que uma mescla de corpos que se movimentam, ao reconhecer um leque de sentimentos camuflados que se escondem por detrás da aparente azáfama. Um desses meus locais de eleição são as chegadas dos aeroportos. Delicio-me a observar os comportamentos de quem chega e de quem ansiosamente aguarda essa chegada.
A observação de comportamentos é em mim um gosto inato que se tem revelado ditador de muitas escolhas pessoais e também aqui, na sala de espera de um aeroporto, me faz gostar de ver muito para além de olhar.
Não me considero incluida na categoria das pessoas lamechas mas há emoções que se me assomam com alguma facilidade. Digamos que tenho umas lágrimas a que posso chamar discretas mas cujo cloreto de sódio por vezes se exibe com alguma prontidão.
É por toda esta emotividade que não me custa nada ir buscar alguém ao aeroporto, mesmo quando o avião se atrasa, porque eu comodamente me sento a um canto e me alimento dos sorrisos de quem chega, das lágrimas felizes de quem espera, dos abraços alheios, das famílias inteiras que se reúnem e até das lambidelas saudosas de muitos canídeos que partilham a espera com os restantes elementos da família.
Há os reencontros românticos, há os que chegam cansados, há os que chegam ébrios de saudades, há os que recebem ramos de flores, há os que se beijam, os que apenas se entreolham, os que se apaixonam novamente. Mas há também os solitários, os indiferentes, os contrariados. Nas chegadas de um aeroporto há todo o repertório da conduta humana e dos afectos que lhe são inerentes.
E eu, eu quase que me esqueço que também espero alguém e que esse alguém também me reencontra e que dessa união resultará uma energia afectiva já não somente observada mas igualmente sentida e à qual se seguirá a pergunta da praxe “Então, gostaste?"
A observação de comportamentos é em mim um gosto inato que se tem revelado ditador de muitas escolhas pessoais e também aqui, na sala de espera de um aeroporto, me faz gostar de ver muito para além de olhar.
Não me considero incluida na categoria das pessoas lamechas mas há emoções que se me assomam com alguma facilidade. Digamos que tenho umas lágrimas a que posso chamar discretas mas cujo cloreto de sódio por vezes se exibe com alguma prontidão.
É por toda esta emotividade que não me custa nada ir buscar alguém ao aeroporto, mesmo quando o avião se atrasa, porque eu comodamente me sento a um canto e me alimento dos sorrisos de quem chega, das lágrimas felizes de quem espera, dos abraços alheios, das famílias inteiras que se reúnem e até das lambidelas saudosas de muitos canídeos que partilham a espera com os restantes elementos da família.
Há os reencontros românticos, há os que chegam cansados, há os que chegam ébrios de saudades, há os que recebem ramos de flores, há os que se beijam, os que apenas se entreolham, os que se apaixonam novamente. Mas há também os solitários, os indiferentes, os contrariados. Nas chegadas de um aeroporto há todo o repertório da conduta humana e dos afectos que lhe são inerentes.
E eu, eu quase que me esqueço que também espero alguém e que esse alguém também me reencontra e que dessa união resultará uma energia afectiva já não somente observada mas igualmente sentida e à qual se seguirá a pergunta da praxe “Então, gostaste?"