terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

"O tempo é algo que não volta atrás, portanto, plante o seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe mande flores."
William Shakespeare


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Outros Carnavais

O Carnaval hoje em dia já não me diz grande coisa, tirando o facto de ser uma ponte garantida no calendário. Mas nos meus tempos de criança foi amado e desejado como o brinquedo preferido.

Acho que gozei tanto o Carnaval que hoje posso me dar ao luxo de prescindir do seu desfruto. Sim é certo que o Carnaval é adorado por todas as crianças e que, por conseguinte, tal adoração não me distinguia das demais, mas a grande diferença é que o Carnaval para mim se prolongava durante todo o ano. A razão por detrás de tão longo deleite era a de que cresci a ver a a minha avó a conceber, fazer e alugar fatos de Carnaval.
Modista reformada, viu nos fatos de Carnaval a fórmula de prolongar a sua já longa actividade profissional com a diferença de que a estas peças era adicionado o carinho e a paciência típicos de quem já não é jovem e de quem trabalha apenas pelo prazer colhido. Inspirava-se em tudo o que lhe chegava ao seu pequeno mundo, revistas, televisão, livros e até nas minhas cadernetas. Tudo servia de insight para o início do seu processo de criação, onde a imaginação imperava e a criatividade era rainha.
Foi a única vez na vida que fui modelo. Foi a única vez na vida que fui tão assídua de retrosarias e que me vi tão frequentemente circundada por lantejoulas e galões, bordados e tules, fitas de cetim e cordões, que me assoberbavam os sentidos e encantavam o meu coração infantil.
A magia de poder viver múltiplas personagens, o dar vida a desejos escondidos, o transformar-me noutro eu, o fascínio por condições diferentes da minha, tudo junto e na quantidade certa faziam os momentos carnavalescos autênticos pedaços de satisfação. Ainda que por momentos fui fada, chinesa e espanhola, princesa e dama antiga, bailarina, finlandesa, holandesa e tailandesa, varina e nazarena, fui noiva do Minho com direito a véu e filigrana, fui mil e uma coisas mais. Vesti fatos sem nome, pelo prazer de fantasiar e porque os nomes podem ser redundantes quando o figurino tudo diz. Fui feliz!
No entanto, não são dos fatos que conservo as maiores saudades, nem do prazer de vesti-los e ver a sua elaboração, nem das cores e texturas dos tecidos, sinto essencialmente saudades da fada que os criou porque sem a sua magia nada teria sido o mesmo.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

O Dia de S. Valentim podia ser mais um motivo mas felizmente na minha vida há amor o ano inteiro!

Obrigada a ti!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O Deus da ciência

Deus visto pela ciência é o tema do livro "A fórmula de Deus" do José Rodrigues do Santos. Achei muito interessante porque me fez desprender da perspectiva do Deus antropomórfico e conhecer a visão holística da ciência sobre a origem do universo. E é extremamente interessante verificar que os Genésis encerram em si verdades que foram provadas científicamente e que as Religiões orientais assentam em princípios validados pela física. São textos com milhares de anos e que só agora a ciência conseguiu que fossem demonstrados. Deveras fascinante. A constatação de que existem diferentes perspectivas para a mesma realidade.

Este livro é também um exemplo de como temas como a Teoria da Relatividade, Teoria Quântica, Teoria do Caos, podem fascinar leigos, quando aplicadas a temas tão universais como a existência de Deus.

O livro não é isento de imperfeições mas da minha parte perdoam-se os seus defeitos pelo interesse que desperta.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Esta altura do ano é, para mim, um pouco desinspiradora, senão vejamos:
  • é altura dos balanços do ano anterior, do fecho de projectos, dos relatórios de execução e avaliação anual, o que só por si retira qualquer imaginação sobre outro assunto. As reservas de criatividade são quase todas gastas nestes documentos intermináveis;
  • As férias já ocorreram há tempo suficiente para precisarmos exasperadamente de mais mas ainda falta muito tempo para as conseguirmos ter de novo;
  • O tempo mantém-se cinzento e oscila entre o frio que provoca o incomodativo contrair dos músculos, pelos, pele e afins e as chuvadas que nos encharcam a roupa;
  • As colecções de Primavera Verão começam a aparecer e a deixar-nos com água na boca mas ainda sem qualquer perspectiva de quando nos será possível vestir tão atraente trapinho;
  • Os dias ainda são demasiado curtos para me permitir chegar a casa com a luz do dia.

Como em relação às questões atmosféricas e à duração dos dias a minha inoperância é total, resta-me despachar o trabalhinho que se acumula na minha secretária para poder inspirar-me noutros lados.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Os rostos por detrás das palavras

As palavras escritas escondem rostos, pessoas, identidades. Roubam-nos o pensamento para tentar imaginá-las, recriá-las, construi-las. É dos melhores actos criativos que se pode vivenciar, o processo de construção de alguém que não se conhece, que apenas se lê e que através da sua escrita deixa antever características, traços de personalidade, marcas da vida.

Mas se imaginar essas pessoas nos pode proporcionar momentos de indelével prazer, o acto de as conhecer é ainda mais compensador. Posso afirmar que conhecer os rostos por detrás das palavras é mágico, admirável, fascinante e surpreendente, viciante e envolvente.

Esta foi a origem dos aromas deste fim de semana. A fragrância libertada no encontro entre o rosto imaginado e o rosto real e a constatação de que o real é infinitamente mais esplendoroso do que o imaginado e que não há imaginação que valha perante o prazer de um abraço sentido.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Com o passar da idade, e apesar das sextas feiras serem dias deliciosos, como aliás já o aqui descrevi, a verdade que sinto cada vez mais o seu peso. E digo convictamente que este não é nada leve. O stress de uma semana de trabalho, da vida agitada, do trânsito, dos planeamentos constantes, vai-se acumulando, vai exercendo a sua força, vai moendo a tal ponto que chego a este emblemático dia tão cansada e tão exausta que por vezes dou por mim a preterir o belo do cinema e do jantar a dois a favor do meu belo sofá. Ironias da vida! Mais uma!
O que vale é que este fim de semana vai ser sobejamente aromatizado. Sobre estes aromas conto depois.